A HISTÓRIA POR TRÁS DOS DISCOS - COM A CABEÇA NO LUGAR (2003/2004)
Data: 22 de Julho de 2020
Autor: Ale Cavalo
A HISTÓRIA POR TRÁS DOS DISCOS - COM A CABEÇA NO LUGAR (2003/2004)

No começo de 2003, depois de uma pré-produção longa, começamos a gravar o que seria nosso quarto disco de estúdio e o segundo totalmente produzido pela nossa gravadora Gabaju Records. Fizemos uma pré na casa do Lips, nosso baterista na época, em Guarulhos sem a presença do Paulão. Foi uma decisão de todo mundo. Paulão detesta ensaiar, então ele e eu passamos todas as músicas com a banda, escolhemos o repertório e acertamos o que queríamos de cada música. Os arranjos finais foram feitos por todos, especialmente pelo Caio, sem a presença do vocalista.

Entre o final da pré e o começo das gravações aconteceu um fato triste. Cláudia Lino e Lips tiveram uma briga muito feia que nos levou a tirar nossa vocalista da banda. Devo dizer que me arrependo profundamente dessa decisão. Devia ter me esforçado mais para contornar a situação e o que se seguiu depois aumentou ainda mais esse peso. A substituta na época era a Roberta que ficou por pouco mais de um ano na banda e também saiu. Suas gravações no disco são sofríveis. Eu queria colocar alguém pra cantar na gravação e ela faria os shows, mas Fabinho e Paulão acharam que dava pra levar. O resultado não é bom. Tanto que, 14 anos depois, regravamos as duas músicas com a Ju Kosso.

Considero um disco bem produzido com as ressalvas acima, de boa sonoridade. Porém é um disco de transição. A banda começava a mudar. O título "Com a cabeça no lugar" não diz exatamente o que a gente estava passando na época.

Fizemos dois ótimos clipes: "Homem Lindo" e "Se deus não quissesse" (esse com as presenças de Elke Maravelha e Mário Bortolloto)

Pegamos um ônibus e saímos tocando em todos os lugares. Nosso empresário era Marcus Nisticó e ele dizia que não íamos ganhar muito por show, mas no final do mês todo mundo teria salário. Foi uma época doida em que entrávamos no ônibus na quarta e só voltávamos no domingo. Tenho que confessar que lembro de bem poucas coisas dessa época. Era muita bebida, aditivos e outros estimulantes ou anestésicos. A gente vivia ou louco ou de ressaca, não tinha meio termo. Não posso garantir, mas deve ter sido bom.